É como se não mais estivesse aqui
Sim, na neblina eu desapareci
Perdido na incerteza de palavras não ditas,
De verdades malditas, e de olhares piedosos
Que atestam a secura dos meus lábios,
Oh, tristes lábios.
É como se já não fosse completo;
A minha alma é um deserto.
Esquecida entre promessas de mudança,
Suspiros sem esperança, e lágrimas
Que cobram o meu sangue,
Oh, doce sangue.
Mas eu estou aqui
Ninguém me vê, mas nunca parti
Que o solo comprove a minha fúria,
Os céus, os meus clamores,
E o mar, as dores que tentei afogar
Aos meus pés.
Eu estou aqui, eu estou aqui
Entre escombros daquilo que vivi
Por entre sussurros de escarnecer,
Ódio e desconfiança;
Lá se foi a bonança, junto com
A vontade de viver.
No fio da navalha,
No gume da espada,
À beira do abismo;
Apenas o vejo porque o sinto!
Consumido pelo fogo,
Gelado pela frieza,
Cegado pela clareza
Da realidade... ou do absinto.
Eu estou aqui, eu estou aqui
Mas a mim mesmo perdi
Quando fiz com que me perdessem a mim.
(Poema contido na obra Detrás da Sombra)
Há 17 horas
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