Na profundidade do teu olhar,
Descortino as nuances do teu pensamento,
Distanciado e desorientado;
Perdido nas mudanças que a maré traz,
No vaivém constante que lava o areal
Que pisas no teu passo arrastado.
Na profundidade do teu olhar,
Leio a pauta de uma melodia surda,
Cujas progressões são notas de dor,
Que com a tua voz, acaricias
No silêncio típico da tua filosofia
Em que te escondes por pudor.
Na profundidade do teu olhar,
Percebo a súplica nas tuas lágrimas
Que de sal cobrem a tua expressão.
Delas, se evaporam partes do teu ser
Presas num corpo que se atormenta,
À luz do luar que te ilumina em vão.
Na profundidade do teu olhar,
Queima-me a chama que te aquece
Na frieza da rotina que alimentas
E que te consome a cada badalada
Do relógio inquieto que te alarma
E guia na vida cujo vazio acalentas.
Na profundidade do teu olhar,
Vejo a efemeridade da tua paz,
Que te abandona na escuridão
E, na profundidade deste corredor,
Onde ao longe se estende o teu furor,
Troça de ti e te mergulha em solidão.
(Vencedor de um concurso literário e poema contido na obra Detrás da Sombra)
Há 17 horas
Um comentário:
eu voltei, mas tu sempre escreves.te e muito bem .
portanto vê se metes mais textos :D
és parvo .
e toma lá um beijinho *
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